Giardia e Cryptosporidium como infecções emergentes em animais de companhia

Actualmente, os animais de companhia ocupam uma parte significativamente crescente na vida das pessoas, por um lado porque existem cada vez mais animais de companhia, por outro porque existe uma maior proximidade entre o dono e o seu animal de estimação. Neste contexto, torna-se prioritário ter animais de companhia saudáveis, particularmente no que diz respeito à presença de parasitas. Após décadas de investigação e de tratamento curativo e preventivo da infecção por helmintes, parece ainda existir um aumento marcado da sua incidência. No entanto, um outro grupo de parasitas, os protozoários, vêem aumentada a sua importância, facto que pode resultar de um fenómeno genuinamente emergente ou simplesmente porque a metodologia diagnóstica tem vindo a ser melhorada ao longo dos tempos (1). Presentemente, os protozoários representam o grupo de parasitas encontrado com maior frequência. Com efeito, no nosso laboratório, na primeira metade do ano de 2008, foram encontrados protozoários em 21.2% das amostras fecais obtidas de 709 cães, tendo sido encontrados ovos de helmintes em 5.2% dessas amostras. Em gatos, 18.5% das amostras fecais obtidas a partir de 226 gatos continham protozoários e 5.3% continham helmintes. Infelizmente, não pode ser ignorado o risco que este cenário representa tanto para a saúde humana como animal, especialmente quando de um modo geral, os protocolos profiláticos de rotina não estão de todo direccio- nados para estas infecções. [...]